FAO explica como produzir alimentos de forma sustentável

25 de jun. de 2011

  Livro da entidade ligada a ONU tenta explicar aos pequenos agricultores como aumentar a produção sem prejudicar o planeta
  Aumentar a produção de alimentos para uma população crescente de forma sustentável para o meio ambiente é o objetivo de um novo projeto da Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO), reunido no livro “Save and Grow” (Economizar para crescer, em livre tradução), apresentado nesta segunda-feira.
  Em comunicado, a FAO – Food and Agriculture Organization of the United Nations – Organização das Nações Unidas Para Agricultura e Alimentação – explica que a nova iniciativa pretende seguir no mesmo caminho da obra publicada na década de 60 “Green Revolution” que, segundo a nota, “salvou 1 bilhão de pessoas da fome e produziu alimentos mais do que suficientes para uma população mundial que quase duplicou, passando de 3 bilhões para 6 bilhões entre 1960 e 2000″.
  As medidas propostas no livro são dirigidas aos pequenos agricultores que vivem em países em desenvolvimento.
  “Ajudar às famílias camponesas de baixa renda no mundo em desenvolvimento a reduzir os custos de produção e criar sistemas agroecológicos saudáveis, permitirá maximizar os rendimentos e dedicar suas economias a saúde e educação”, afirma a FAO, que insiste em que “para poder crescer, a agricultura tem de aprender a economizar”.
  Entre outras medidas, a FAO aposta nas técnicas da agricultura de conservação, que “minimizam o arado e a lavoura, preservando deste modo a estrutura e a boa saúde do solo”.
  Conforme a agência das Nações Unidas, o risco de precisão permite “aumentar a produção para cada gota de água, além de colocar de forma precisa os adubos, que pode duplicar a quantidade de nutrientes absorvidos pelas plantas”.
  A FAO lembra que “outro dos elementos-chaves” que ajudariam a melhorar o aspecto sustentável da produção agrícola seria o manejo integrado de pragas, com técnicas que evitem o desenvolvimento das mesmas que minimizam a necessidade de pesticidas.
  Estes métodos permitem que os cultivos se adaptem à mudança climática e possam não somente produzir mais alimentos, mas também reduzir a necessidade de água dos cultivos em 30% e os custos da energia em até 60%, detalha a FAO.
  Em alguns casos, acrescenta, é possível aumentar os rendimentos em até seis vezes, como demonstram os testes com milho realizados recentemente na África meridional.
  A FAO conclui que para enfrentar o desafio do crescimento da população de forma sustentável é preciso fazer “uma mudança a partir de um modelo homogêneo para sistemas agrícolas que façam uso intensivo do conhecimento e se adaptam aos locais específicos”.

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